sexta-feira, maio 30, 2008

o taxista filósofo e pragmático

Só uma ou duas vezes publiquei aqui um texto que não fosse de minha autoria. Hoje vou publicar outro que, quando o li, pensei que valeria a pena mostrá-lo àqueles que possam não ter lido o Expresso do passado dia 24.
É da autoria do Luís Fernando Veríssimo (filho do Erico) que o publicou na sua coluna «Crónica do lado de lá», do caderno Actual, do Expresso. Recomendo a leitura desta coluna, dada a qualidade e o humor fino que normalmente tem.
O exemplo que hoje aqui publico talvez faça de vós, seus leitores habituais.
(Para ver melhor, clique na imagem)

quinta-feira, maio 29, 2008

o quarteto de cordas da orquestra clássica do centro


No passado dia 18 de Maio tive oportunidade de assistir no Centro Cirúrgico de Coimbra a um magnífico concerto executado pelo Quarteto de Cordas da Orquestra Clássica do Centro. Para mim (e penso que para todos os colegas e familiares que assistiram e que não vivem em Coimbra), foi uma autêntica surpresa a qualidade superior de interpretação que o Quarteto demonstrou. Posso dizer que fiquei empolgado com a interpretação dos 4 andamentos de «América» de Dvorak e que, à medida que ia tendo um prazer crescente, me perguntava a razão porque o Quarteto me era desconhecido até então. A sua qualidade não deve limitar-se à Região Centro e é forçoso que o resto do País os conheça.
Só depois de os ter escutado soube um pouco da sua História. A Orquestra Clássica do Centro nasceu em 2001 com o nome de Orquestra de Câmara de Coimbra e em 2004 adoptou o nome que agora tem. Vive de alguns apoios e mecenato e é dirigida desde a sua fundação pelo Maestro Virgílio Caseiro.
O concertino é Vladimir Omeltchenko, nascido em 1964, em Ekaterinburg-Rússia. Iniciou os estudos musicais aos 5 anos de idade. Pertence à Escola Russa de Violino, onde foi sempre acompanhado pelo Prof. Leo Mirtchin (aluno do Professor Leopold Auer – Fundador da Escola de Violino).
Foi ele que teve a feliz ideia de constituir este Quarteto, sendo nele uma peça indispensável. Embora possa dizer que o Quarteto funciona por igual, não deixa de ser verdade também, (e o que vou afirmar agora pode chocar com a frase que antecede), que é inevitável fazer um destaque para este magnífico concertino e para a excelente violoncelista que suporta e dialoga com os violinos.

Enfim, fiquei espantado e rendido à superior qualidade deste Quarteto. Só desejo que os mecenas sejam muitos. A Orquestra precisa e merece crescer e ter mais que os 32 músicos actuais.
Até hoje têm ensaiado em instalações provisórias, mas tudo indica que irão passar a ter uma sede própria que será o espaço emblemático que representou Portugal na Expo 2000, em Hannover, da autoria dos arquitectos Souto Moura e Álvaro Siza Vieira, a colocar no Parque da Cidade de Coimbra.

A todos que me leiam recomendo este Quarteto e a Orquestra em que se integram.

quarta-feira, maio 28, 2008

parabéns, minha mulher

Gémeos e 28 de Maio, foram marcas que te definiram. Do signo, tens a dualidade, do 28, a revolução. Mas passados 25 anos sobre o nosso casamento, continuo a querer deixar-te aqui, um pequeno poema que te escrevi em Oslo, uma das vezes em que não me acompanhaste. Parabéns Mun, minha Mulher.


SEM TI

Sem ti,
Buraco escuro
de distante galáxia,
Me sinto, mas não conformo.

Grito ao sol, ao vento,
A quem me escute.

Levem-me p'ra ela
Ou tragam-na p'ra mim.

terça-feira, maio 27, 2008

será que rachmaninov gostaria de ver este vídeo?

lembrando zélia gattai

Conheci Zélia Gattai na Bahia, durante o III Congresso da UMEAL (União dos Médicos Escritores e Artistas Lusófonos). Seu marido, Jorge Amado, encontrava-se doente e internado mas, mesmo assim, ela fez questão em comparecer no congresso em sua representação. Participou nos trabalhos durante todo esse dia e foi uma amiga nova para todos nós.
No passado dia 17, às 16.30 horas, Zélia Gattai deixou-nos. Tinha 91 anos. Fez uma paragem cardio-respiratória e não recuperou.
O seu corpo foi cremado e as cinzas espalhadas na Casa do Rio Vermelho, onde foram espalhadas as de Jorge Amado, seu marido.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, decretou luto oficial no Estado por três dias.

domingo, maio 25, 2008

lembrando bartolomeu cid dos santos


Só hoje soube da sua morte ao ver a sua fotografia e ler o habitual In Memoriam, de José Cutileiro. Conheci-o há muitos anos na Livraria 111, do meu amigo Manuel Brito, muito antes de este ter embarcado na magnífica aventura que foi criar a Galeria 111 e de ele próprio se tornar o melhor e mais prestigiado «marchand» de arte deste país. Nesse tempo havia um embrião da futura galeria, na cave mal amanhada da Livraria. Aí se fizeram algumas exposições e se constituiu um grupo de Amigos da 111, que pagávamos uma cota depósito para aquisição futura de obras de arte. No fim de cada ano era editada uma gravura especialmente para estes Amigos e era sorteado um prémio cujo valor se destinava a adquirir arte.
Bartolomeu dos Santos foi o autor da primeira destas gravuras, que chamou «Bispo do Mar» que conservo com muito orgulho. Ao longo dos anos adquiri várias gravuras de Bartolomeu dos Santos e olho-as hoje com o mesmo amor com que as olhei então.
Sempre admirei Bartolomeu dos Santos, como sempre admirei seu pai, o Prof. Cid dos Santos, com quem colaborei algumas vezes na antiga Casa de Saúde das Amoreiras e que ouvi algumas vezes em sua casa tocar apaixonadamente o seu piano; admirei também seu avô, Prof. Reynaldo dos Santos, de quem escrevi uma biografia para o site «Vidas Lusófonas».


Para quem queira conhecer melhor Bartolomeu dos Santos aconselho a leitura do citado In Memoriam, de José Cutileiro no Expresso de 24 de Maio de 2008.
Para aqueles que queiram uma biografia mais impessoal, transcrevo algumas notas biográficas retiradas de alguns catálogos das suas exposições -

Nasceu em 1931. Estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa 1950-56
Slade School of Fine Art 1956-58 com Anthony Gross.
De 1961 a 1996 ensinou no Departamento de Gravura da Slade School.
É Emeritus Professor in Fine Art da Universidade de Londres e Fellow do University College London.
É membro da Royal Society of Painter Printmakers.
Foi artista visitante em numerosas escolas de Belas Artes na Grã Bretanha. No estrangeiro foi professor visitante da Universidade de Wisconsin, em Madison (1969 e 1980), na Konstkollan Umea, Suécia (1977 e 1978), no National College of Art em Lahore, Paquistão (1986 e 1987) e na Academia de Artes Visuais de Macau em numerosas ocasiões. Realizou numerosas exposições individuais e colectivas na Europa, Américas e Extremo Oriente.
Alguns Museus em que está representado -
British Museum, Londres
Victoria & Albert Museum, Londres
Ashmolean Museum, Oxford
Fytzwilliam Museum, Cambridge
Glasgow Art Gallery
Ulster Museum, Belfast
Southampton Art Gallery
National Museum of Wales
Bodlrian Library, Oxford
South London Art Gallery, Londres
Bibliothèque Nationale, Paris
Bibliothèque Royale, Bruxelas
Museum of Modern Art, New York
Museum of Fine Arts, Boston
Museu do Chiado, Lisboa
Fundação Gulbenkian, Lisboa
University of Pensylvania, Museum
Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro
Caixa Geral de Depósitos, Lisboa







Peço desculpa pela má qualidade das fotografias

sexta-feira, maio 23, 2008

a universidade de coimbra e os seus antigos estudantes


Soube há poucos dias e por informação directa do Magnífico Reitor a um grupo de antigos estudantes que festejavam as Bodas de Ouro do seu Curso, que a Universidade de Coimbra criara um site intitulado Rede UC, que coloca em rede «milhares de antigos estudantes formados pela Universidade de Coimbra, espalhados pelo País e pelo Mundo, nas mais diversas áreas da sociedade, reunidos agora na mesma Rede».
O registo pode ser feito em www.uc.pt/encontros, com adesão imediata e confirmação instantânea.
Esta iniciativa confirmou já o seu interesse e manifesto sucesso, dado o número elevado de adesões, as visitas feitas posteriormente e os contactos e informações que possibilita.

Ali poderá:
- Fazer parte de uma comunidade que partilha consigo uma linguagem e identidade comuns.
-Tirar partido de oportunidades que uma rede de milhares de Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra pode proporcionar.
- Usufruir das vantagens e serviços especificamente criados para os Antigos Estudantes.
- Participar em eventos variados e reviver o tempo que passou em Coimbra.

Porque me parece um site com interesse e agregador de todos aqueles que passaram por aquela Universidade, divulgo aqui a sua criação e o seu endereço, esperando que seja útil a todos.

quarta-feira, maio 21, 2008

lembrando o maio de sessenta e oito

Não tive a sorte de andar por Paris naquele Maio que fez história e que agora alguns querem fazer esquecer. Como se pode fazer esquecer aquilo que deixou marcas para sempre. Como fazer esquecer aquele movimento espontâneo que num tsunami de palavras e actos, arrasou conceitos e comportamentos empedernidos e fez com que nada ficasse igual.
Não foram só as pedras da calçada que sairam do lugar para uma intifada que fez frente a um poder policial desproporcionado. Foram sobretudo as palavras, as ditas e as escritas, pichadas nas paredes, que deram substância a esse maravilhoso movimento sem nome ou patrão político, mas que meteu medo aos políticos e os fez repensar atitudes e até cair.

Não acredito que se possa fazer o funeral de tal movimento, de tal data. Aproximam-se tempos em que deve ser proibido proibir, e haverá necessidade de relembrarmos que «Os grandes só nos parecem grandes se estivermos de joelhos. Levantemo-nos, pois».
Como se lê no cartaz - a (s) liberdade (s) não é (são) dada (s), conquista (m) -se.

quarta-feira, maio 14, 2008

um homem e sua casa-museu


José de Mascarenhas Relvas nasceu na Golegã, a 5 de Março de 1858, filho de Carlos Augusto Mascarenhas Relvas de Campos e Margarida Amélia Mendes de Azevedo Relvas. Passou a maior parte da sua vida, em Alpiarça, no Solar dos Patudos (propriedade que lhe foi oferecida por seu pai em 1888) e onde viria a falecer a 31 de Outubro de 1929. Casou com Eugénia de Loureiro de Queirós do Couto Leitão. Pode dizer-se que não teve uma vida feliz, pois assistiu à morte dos seus 3 filhos (dois deles por febre tifóide e Carlos, exímio pianista, por suicídio em 1919, na manhã seguinte a ter pedido a namorada em casamento).


José Relvas estudou Direito em Coimbra, durante 2 anos, tendo mudado para o Curso Superior de Letras, em Lisboa, que terminou com distinção, em 1880, com uma tese sobre história do direito feudal. Nunca, em situações oficiais ou privadas, permitiu o uso do título académico, gostando de ser tratado por Senhor Relvas.


José Relvas era excelente violinista, tendo sido aluno do espanhol Nicolau Medina Ribas, um dos fundadores da Sociedade de Quartetos do Porto, que se deslocou propositadamente à Golegã para lhe dar aulas.Fundou em 1899, com Michelangelo Lambertini, Costa Carneiro, D. Luís da Cunha e Menezes e Cecil Mackee, a Sociedade de Câmara, cujo primeiro concerto foi no Real Coliseu de Lisboa, a 30 de Janeiro desse ano. Para comemorar este concerto, Malhoa caricaturou individualmente os cinco músicos. Supõe-se que tocou com Guilhermina Suggia, de quem era amigo, num dos serões musicais que aconteceram na Casa dos Patudos. Desta casa alguém disse que "(nela..) amam-se todas as artes mas só uma se cultiva: a Música".


Ao contrário de seu pai, abandonou a monarquia em 1907, influenciado pelas ideias da Geração de 70 e das Conferências do Casino, por discordar da ditadura de João Franco e da solução encontrada para o problema vinícola e também pelas perseguições políticas que se faziam sentir por todo o País. Logo em 1909, José Relvas foi eleito membro do Directório do Partido Republicano Português.


Passou a ser um dos mais acérrimos defensores dos ideais republicanos, pelo que não se deve estranhar que cerca das 10 horas da manhã do dia 5 de Outubro de 1910 tenha sido José Relvas, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa, a anunciar a Implantação da República. Carlos Ferrão disse na apresentação das Memórias Políticas de Carlos Relvas, que foi ele quem “preparou em Janeiro de 1910 a reunião que precedeu o plano insurreccional desse ano. (...) Conduziu a missão que foi a Londres e a Paris, (...) esclarecer os meios influentes da Inglaterra e da França, foi a batuta vigilante, (...) andando sempre na rua, nas trinta e três horas que (a revolução) durou (...). Foi o cérebro da revolução.


Desempenhou importantes funções na I República, tendo sido Ministro das Finanças, em 1910-11 (tentou equilibrar as finanças portuguesas sem recorrer a empréstimos; introduziu o escudo como moeda; promulgou um decreto que abriu um crédito de 100 contos para a construção de bairros operários. Acabou ainda com a censura à Imprensa). Em 1911, foi iniciado na loja maçónica Acácia, de Lisboa. De 1911 a 1914 foi Ministro Plenipotenciário em Madrid (pacificou as relações diplomáticas com Espanha, promoveu uma Exposição de Arte Portuguesa, em Madrid, que teve honras de inauguração pelo rei Afonso XIII, com obras de Columbano, Malhoa, Constantino Fernandes, Teixeira Lopes, Veloso Salgado e Carlos Reis, entre outros. Ainda em 1914, foi Senador por Viseu. Foi Chefe do Primeiro Governo em 1919, apenas de Janeiro a Março. Nele incluiu todas as forças políticas e, pela primeira vez, um representante socialista.


Após esta experiência, Relvas sentiu-se desiludido com a vida política. Como cita Eulália Teigas Marques, ele próprio escreveu a um amigo "O erro único de que me penitencio, foi não ter constituído o Governo com pessoas livremente escolhidas e exigir dos partidos o apoio de todas as suas forças, mas sem as características partidárias". Durante toda a sua vida foi um incansável promotor do Associativismo e do Sindicalismo.


O desgosto político e a dor sentida com o suicídio do filho, fizeram com que regressasse a Alpiarça. Refugiou-se na escrita, na organização e continuação da sua colecção de Arte e na Música. Não imaginaria que em Outubro de 1927, a Ditadura Militar faria uma busca à sua casa, o que sentiu como uma grande humilhação.


As Memórias Políticas de José Relvas são um documento imprescindível para a compreensão desse momento de mudança na História de Portugal, que foi a I República.


A sua casa, conhecida como Casa dos Patudos, tinha sido remodelada de 1905 a 1909, segundo projecto do arquitecto Raul Lino (discípulo de A. Haupt), que conseguiu criar uma residência que englobava de uma forma harmoniosa um museu particular dentro de si, onde coabitam a arquitectura, pintura, escultura, artes decorativas (azulejaria, faiança, porcelana, mobiliário, têxteis), desde finais da Idade Média até ao século XX.


Não vou falar do Museu detalhadamente, pois parece-me melhor ouvirem as explicações das habilitadas guias durante a visita. Mas não posso deixar de dizer que nele há de tudo para admirar, desde a casa, aos materiais usados, soluções encontradas, cantarias de pedra de Ançã, aldrabas e ferrolhos de ferro, janelas de guilhotina, lampiões suspensos, chaminés, pináculos, tudo conferindo a esta casa uma vista única, que nos diz muito de quem a desenhou e de quem a mandou construir.


E entrando nela, é um regalo para os olhos ver pintura portuguesa (Malhoa, Columbano, Josefa d’Óbidos, Carlos Reis, etc…) e estrangeira da melhor (Rubens, Memling, Zurbarán, etc…), escultura, azulejaria de Jorge Pinto, tapetes de Arraiolos e Aubusson, porcelanas, cristais, lustres, pratas e mobiliário único, cuidado e de fino gosto.


"Singular residência de um homem de bom gosto", como escreveu Gustavo de Matos Sequeira, a Casa dos Patudos está incluída na lista dos dez primeiros museus portugueses e referida pelos especialistas como o mais importante museu autárquico do país. A reorganização e o estudo do seu valioso espólio, foram feitos ultimamente em parceria com os museus do Louvre, Prado e National Gallery.


Por testamento lavrado em 1929, ano em que morreu, José Relvas legou a Quinta dos Patudos e praticamente todos os seus demais bens ao município de Alpiarça, determinando, entre outras cláusulas, que a residência fosse conservada como museu e mantivesse sempre a designação de Casa dos Patudos. Determinou que fossem os rendimentos da parte rústica, a suportar os encargos com a construção de uma Instituição de auxílio a idosos e crianças, o que espelha bem o ideal republicano de Igualdade, Liberdade e Fraternidade. Impôs as mais singulares condições, como as rosas no seu escritório, os biscoitos no seu quarto, o piano que fora de seu filho, selado.


Tenho visitado esta Casa Museu várias vezes e em todas elas fico com a sensação que é a primeira vez que ali vou. Reconheço a casa, as peças, os espaços e, no entanto, é como se tudo fosse novo para mim, talvez porque há sempre um detalhe que me escapou, um pormenor que me passou despercebido. Por isso, considero que visitar este Museu é uma boa escolha e o nascimento duma ligação que, de vez em quando, se renova. Também me parece aconselhável ler as Memórias Políticas ou a correspondência de José Relvas, pois é bom ler história escrita por quem nela participou. Não percam, porque não se arrependerão.

quinta-feira, maio 01, 2008

cirque du soleil


Tenho seguido com alguma regularidade a actividade do Cirque du Soleil desde o dia em que tive a sorte de ver um dos seus espectáculos na televisão. Fiquei de tal modo fascinado, que nunca mais deixei de ver os seus novos espectáculos, sempre que a televisão os apresentou. Mas sempre me ficou o travo amargo de não os ter ali a meu lado, por inteiro, e não confinados ao espaço visual da «caixinha». Perdi a oportunidade de os ver no Rio de Janeiro em Novembro de 2006, como perdi a oportunidade de assistir a Delirium (espectáculo de 2006) no Pavilhão Atlântico. Devo ter sido dos primeiros a comprar bilhetes para Quidam, o espectáculo que agora apresentam em Lisboa e que foi estreado em 1996. Chegou ontem o dia de os sentir a meu lado e me deixar envolver por toda a magia, beleza plástica e musical e pelo espanto, de me encontrar tão vivo, tão atento, tão deslumbrado, tão pronto para o sonho. Nunca em toda a minha vida me senti tão envolvido pela magia do circo. Ontem voltei a ser criança ou talvez a criança que nunca fui.