sábado, abril 26, 2014

isto também é arte

Isto também é arte. Stephen e Chandrae dançando no 'Rock That Swing Festival 2013', no Jamboree Ball at Deutsches Theater. 

sábado, abril 19, 2014

será arte tudo que é perfeito?

A técnica, quando perfeita, transforma-se em arte. Não deixem de ver esta magnífica demostração de 'morphing'.

sexta-feira, abril 18, 2014

morreu gabriel garcia marquez

 
 
Morreu hoje Gabriel Garcia Marquez. Fiquem com um texto seu, bem a propósito e com a sua eterna memória.
 
"Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo o que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e disfrutaria de um bom gelado de chocolate. Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida vestiria simplesmente, jorgar-me-ia de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como também a minha alma. Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saisse. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas um poema de Mário Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua. Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo das suas pétalas. Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida!... Não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas: amo-te, amo-te. Convenceria cada mulher e cada homem de que são os meus favoritos e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens, provar-lhes-ia como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar. A uma criança, daria asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha. Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que todos querem viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a rampa. Aprendi que quando um recém-nascido aperta, com sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do pai, tem-no prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas, a mim não poderão servir muito, porque quando me olharem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer."

quinta-feira, abril 17, 2014

olhos nos olhos

Excerto do programa Olhos nos Olhos do passado dia 13 de Fevereiro, em que Medina Carreira convidou Manuel Monteiro a dizer alguma coisa do que lhe vai na alma. Essa noite o programa foi mesmo olhos nos olhos.

quarta-feira, abril 16, 2014

quando aperece dançar, mesmo estando na fossa

É uma orquestra tão conhecida, tão magnífica e tão saudosa, que dizer o seu nome seria quase um insulto. Ouçam. na tal qual tocava e nos tocava.
 

domingo, abril 13, 2014

era uma vez uma porta

É um dos meus escritores favoritos, pela alta qualidade, pela diferença, por não ser classificável e pela liberdade. Ama o seu país e quer para ele o melhor, por isso não se escusa a mostrar-lhe os defeitos.


Era uma vez uma porta

Era uma vez uma porta que, em Moçambique, abria para Moçambique.
Junto da porta havia um porteiro.
Chegou um indiano moçambicano e pediu para passar.
O porteiro escutou vozes dizendo: - Não abras! Essa gente tem mania que passa à frente!
E a porta não foi aberta.

Chegou um mulato moçambicano, querendo entrar.
De novo, se escutaram protestos: - Não deixa entrar, esses não são a maioria.

Apareceu um moçambicano branco e o porteiro foi assaltado por protestos: -Não abre!
Esses não são originais!
E a porta não se abriu.

Apareceu um negro moçambicano solicitando passagem.
E logo surgiram protestos: - Esse aí é do Sul! Estamos cansados dessas preferências…
E o porteiro negou passagem.

Apareceu outro moçambicano de raça negra, reclamando passagem:
- Se você deixar passar esse aí, nós vamos-te acusar de tribalismo!
O porteiro voltou a guardar a chave, negando aceder o pedido.

Foi então que surgiu um estrangeiro, mandando em inglês, com a carteira cheia de dinheiro.
Comprou a porta, comprou o porteiro e meteu a chave no bolso.
Depois, nunca mais nenhum moçambicano passou por aquela porta que, em tempos, se abria de Moçambique para Moçambique.

Mia Couto

sábado, abril 12, 2014

águas de março

Águas de Março de Tom Jobim e Elis Regina deram agora lugar a uma adaptação de Marcelo Adnet com uma magnífica letra criticando a situação política no Brasil. O remake foi apresentado no Fantástico e parece ter custado o trabalho a Marcelo Adnet. Se isso for verdade, então a situação no Brasil está mesmo a piorar. Não perca estas novas águas de Março.

quarta-feira, abril 02, 2014

ainda as pensões


Ainda as pensões. Mais uma vez. Um ângulo que deve ser corrigido.

"Estimados Amigos,
Como os jornais não publicam as cartas que lhes remeto e preciso de desabafar, recorro aos meus correspondentes "Internéticos", todos os amigos que constam da minha lista de endereços. Ainda que alguns não liguem ao que escrevo. Não sei a que se refere o Senhor Primeiro-Ministro quando afirma ser a penalização fiscal dos pensionistas resultante de todos aqueles que, em Portugal, "descontaram para ter reformas, mas não para terem estas reformas". Pela fala do Senhor Primeiro-Ministro fica-se a saber da existência de pensões de aposentadoria que estão acima daquilo que resultaria da correta aplicação do Cálculo Actuarial aos descontos que fizeram. Sendo assim - e não há razões para admitir que o Senhor Primeiro-Ministro não sabe o que diz - estamos perante situações de corrupção. Porque o Centro Nacional de Pensões e a Caixa Geral de Aposentações só podem atribuir pensões que resultem da estrita aplicação daqueles princípios actuariais aos descontos feitos por cada cidadão, em conformidade com as normas legais. Portanto, o Estado tem condições de identificar cada uma dessas situações e de sancioná-las, em conformidade com a legislação de um Estado de Direito, como tem de sancionar os agentes prevaricadores, que atribuíram pensões excessivas. Mas, é completamente diferente a situação face aos cidadãos que celebraram contratos com o Estado. Esse contrato consistia em que, ano após ano, e por catorze vezes em cada ano, o cidadão entregava ao Estado uma quota das suas poupanças, para que o mesmo Estado, ao fim dos quarenta anos de desconto lhe devolvesse essa massa de poupança em parcelas mensais, havendo dois meses em que era a dobrar, como acontecera com os descontos. E tem de ser assim durante o tempo em que o cidadão estiver vivo e, em parte mais reduzida, mas tirada, ainda, da mesma massa de poupança individual, enquanto houver cônjuge sobrevivo. E esta pensão tem o valor que o Estado, em determinado momento, comunicou ao cidadão que passava a receber. Não tem o valor que o cidadão tivesse querido atribuir-lhe. Portanto, o Estado Português, pessoa de bem, que sempre foi tido como modelo de virtudes, exemplar no comportamento, tem de continuar a honrar esse estatuto. Para agradar a quem quer que seja que lhe emprestou dinheiro para fazer despesas faraónicas, que permitiram fazer inumeráveis fortunas e deram aos políticos que assim se comportaram votos que os aconchegaram no poder, o Estado Português não pode deixar de honrar os compromissos assumidos com esses cidadãos que, na mais completa confiança, lhe confiaram as suas poupanças e orientaram a sua vida para viver com a pensão que o Estado calculou ser a devida. As pensões que correspondem aos descontos que cada qual fez durante a vida ativa nunca poderão ser consideradas excessivas. Esses Pensionistas têm de merecer o maior respeito do Estado. Têm as pensões que podem ter, não aquelas que resultariam do seu arbítrio. E é este o raciocínio de pessoas honestas. Esperam que o Estado sempre lhes entregue aquilo que corresponde à pensão que em determinado momento esse mesmo Estado, sem ser coagido, lhes comunicou passariam a receber na sua nova condição de desligados do serviço ativo. Ou seja, a partir do momento em que era suposto não mais poderem angariar outro meio de sustento que não fosse a devolução, em fatias mensais, do que haviam confiado ao Estado para esse efeito. Os prevaricadores têm de ser punidos, onde quer que se situem todos quantos permitiram que, quem quer que seja, auferisse pensão desproporcionada aos descontos feitos, ou mesmo, quem sabe, sem descontos. Sem esquecer, claro está, os beneficiários da falcatrua. Mas, é impensável num Estado de Direito que, a pretexto dessas situações de extrema irregularidade, vão ser atingidos, a eito, todos aqueles que, do que tiraram do seu bolso durante a vida ativa, recebem do Estado a pensão que esse mesmo Estado declarou ser-lhes devida. Como é inadmissível que políticos a receberem ordenado de função, acrescido de benesses de vária ordem proporcionadas por essa mesma função, considerem que pensões obtidas regularmente, com valores mensais da ordem de 1.350 Euros proporcionam vida de luxo que tem de ser tributada, extraordinariamente."
António Alves Caetano

terça-feira, abril 01, 2014

a verdade do político

Nada mais apropriado para o dia de hoje. E um político é igual todos os dias. Como o Natal.