Encontrei hoje um papel em que tinha escrito, com receio da minha memória me atraiçoar, o que lera a bordo de um comboio regional em que ando com frequência e algum ritmo. Como penso que saberão, hoje em dia até os comboios regionais têm algum conforto e alguns requintes que rapidamente nos fizeram esquecer os de há poucos anos. Já têm ar condicionado, um painel luminoso dando-nos indicações úteis e, antes de qualquer estação, uma voz agradável avisa-nos da próxima paragem. Também os lavabos são amplos, limpos e higienizados. Havia ainda música ambiente que ao fim de alguns meses foi suspensa, creio que consequência de muitos protestos dos clientes. Quem leia isto assim, de uma forma seca, não pode deixar de tecer considerações menos agradáveis em relação ao gosto dos passageiros. Mas, em minha opinião, o que sucedeu foi o tiro ter saído pela culatra. A belíssima ideia de dar música durante a viagem seria uma coisa óptima para os melómanos e ajudaria a criar educação musical àqueles que têm ouvidos empedernidos para tal arte. Só que aqueles que foram encarregados de fazer a selecção musical não eram eruditos ou seriam de mais e não souberam avaliar a música que deveriam passar. Não sei porque decidiram que música de câmara seria a ideal, mas não foi. O resultado foi um desastre e não se criaram adeptos. E ninguém, entre aqueles que o poderiam ter feito, arranjou nova programação com música mais aliciante. Foi pena ter-se perdido essa oportunidade de cultivar o gosto dos passageiros. Mas as melhorias introduzidas nos comboios não se ficaram por aqui. E, cereja sobre o bolo, os comboios passaram a cumprir horários. Parabéns à CP.
Mas aquilo de que eu vinha falar não tinha nada a ver com aquilo que até agora escrevi. Passo a explicar - nesse dia em que tomei o apontamento que hoje encontrei, ao contrário do habitual, esperei cerca de uma hora pelo meu comboio. Só já muito perto de ele chegar, finalmente, soubemos que algo se passava perto de Lisboa, o que condicionava aquele atraso.
E, se a espera foi longa a viagem processava-se de forma muito lenta, com paragens sucessivas e velocidade reduzida.
Foi então que no painel luminoso passou a seguinte frase - A CP Comboios de Portugal dá-lhe os parabéns pela escolha de um modo de transporte amigo do ambiente.
Reparei depois que esta frase passou a acompanhar todas as outras informações, repetidamente.
Devo dizer que chegado a Alverca saí do comboio, sem esperança de chegar a Lisboa a horas de fazer aquilo porque viajara e regressei a casa noutro comboio.
Sem querer olhar devo ter lido dezenas de vezes esta frase no regresso.
Achei óptima a ideia, mas lê-la naquele dia especial em que o comboio não ia a lado nenhum, era pelo menos, surrealista.
Evidentemente era aquele dia fatídico de chuva intensa que provocou enchentes e estragos vários, inclusive mortes. Mas, mesmo sabendo isso, era impossível não achar a frase surrealista. Não tanto que me tivesse obrigado a colocar este post nessa altura.
Mas, quando já a ia esquecendo, o acaso trouxe-a hoje até mim e eu senti obrigação de a levar até vós.
E, se a espera foi longa a viagem processava-se de forma muito lenta, com paragens sucessivas e velocidade reduzida.
Foi então que no painel luminoso passou a seguinte frase - A CP Comboios de Portugal dá-lhe os parabéns pela escolha de um modo de transporte amigo do ambiente.
Reparei depois que esta frase passou a acompanhar todas as outras informações, repetidamente.
Devo dizer que chegado a Alverca saí do comboio, sem esperança de chegar a Lisboa a horas de fazer aquilo porque viajara e regressei a casa noutro comboio.
Sem querer olhar devo ter lido dezenas de vezes esta frase no regresso.
Achei óptima a ideia, mas lê-la naquele dia especial em que o comboio não ia a lado nenhum, era pelo menos, surrealista.
Evidentemente era aquele dia fatídico de chuva intensa que provocou enchentes e estragos vários, inclusive mortes. Mas, mesmo sabendo isso, era impossível não achar a frase surrealista. Não tanto que me tivesse obrigado a colocar este post nessa altura.
Mas, quando já a ia esquecendo, o acaso trouxe-a hoje até mim e eu senti obrigação de a levar até vós.
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