Estava, contudo, longe de imaginar de que iria gostar tanto e, sobretudo, de que iria rir-me tanto. Por mais que se possa pensar que o riso é contagiante e que ninguém pode ficar indiferente ou imune a uma plateia que ri, o certo é que eu sei que ri, não por isso, mas porque o texto e a representação me proporcionaram essa boa e insuperável receita profilática de acidentes cardíacos, depressões e vida breve, que é o riso.
O espectáculo tem ritmo, está equilibrado, nunca cai em zona negativa e tem momentos ou picos de grande gargalhada (é quase impensável que se possa rir à gargalhada com um humor tão fino, tão marcado culturalmente, com tantas referências).
Parece sempre deselegante destacar-se um ou outro momento, um ou outro actor, em espectáculo tão homogéneo e perfeito. Mas, seja deselegante ou não, não posso deixar de salientar dois sketches particularmente - aquele em que o Papa (José Pedro Gomes) conversa e repreende o pintor Miguel Ângelo (Miguel Guilherme) por não ter pintado «A Última Ceia» de forma correcta e como lha tinha encomendado e aquele outro em que um humorista resolve escrever uma piada mortal, a que ninguém possa resistir, tal o riso que despertará. As mortes em série de todos aqueles que a liam levam à sua utilização como arma de guerra ....
Espectáculo conseguido, com inteira adesão do público que enchia totalmente o teatro.
Dá gosto ver estas duas coisas - um espectáculo conseguido e uma sala de teatro cheia.
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
revisitando os monty python
Confesso que não tinha posto grande esperança neste espectáculo de revisitação de alguns sketches dos Monty Phython, embora tivesse confiança na equipa que se propusera fazê-lo. A tradução e adaptação de Nuno Markl dava alguma garantia e a interpretação de António Feio (também encenador), Bruno Nogueira, Jorge Mourato, José Pedro Gomes e Miguel Guilherme, sossegavam-me bastante quanto ao sucesso desta aventura.
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