sexta-feira, maio 31, 2013

alma e as origens do universo

Foi finalmente inaugurado em 13 de Março de 2013, o maior conjunto de telescópios do mundo, situado no planalto de Atacama a cinco mil metros de altitude, nos Andes do Chile. Desde 2003 em construção no planalto Chajnantor, é um projecto global pois depende da Europa, da América do Norte e do Leste Asiático. Todo o material foi idealizado e construído nos países participantes e nele trabalham milhares de cientistas de todo o mundo que poderão, com o seu saber e com o manancial de informações que o ALMA fornecerá, chegar muito perto de entender e saber as origens do universo. É um vídeo relativamente longo e apenas de divulgação, embora já nos forneça algumas das descobertas já conseguidas. Do ALMA há muito a esperar, como da nossa alma tudo esperamos.
 


ALMA Em Busca das Nossas Origens Cósmicas. No alto do desolado Planalto de Chajnantor nos Andes chilenos. Um dos mais hostis ambientes na Terra. Por entre vulcões ... Planícies desertas ... E ventos agrestes ... ALMA está pronto. Astrónomos e cientistas por todo o globo ansiavam por este momento há décadas. ALMA é o maior projeto astronómico do mundo. Mas não se trata de um telescópio convencional. Em vez de recolher e analisar a luz visível olha para uma outra parte do espectro largamente inexplorada. Ao abrir uma nova janela para o cosmos, o ALMA explora uma das últimas fronteiras da astronomia — o Universo frio e distante. Tudo em busca de respostas para algumas das mais profundas questões sobre as nossas origens cósmicas. Como se formam as estrelas e os planetas? Como se formaram as primeiras galáxias? O Planalto de Chajnantor no norte do Chile. Apesar da altitude de — literalmente! — cortar a respiração a 5000 metros acima do nível do mar o ALMA floresceu. Ao longo dos últimos anos, mais de 50 antenas foram instaladas ao longo do planalto deserto. ALMA é um telescópio gigante e único, construído numa parceria entre a Europa, a América do Norte e o Leste Asiático, em cooperação com o Chile. Sessenta e seis antenas com tecnologia de ponta irão observar o Universo em comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos — mil vezes mais longos do que comprimentos de onda visíveis. Esta luz chega até nós desde alguns dos mais frios e distantes objetos no Universo. O vapor de água na atmosfera bloqueia estes leves sussurros do Universo oculto, portanto para captá-los temos que ir para um local extremamente elevado e seco — como Chajnantor. O Nascimento do ALMA A origem do projecto ALMA data de há décadas atrás. Cientistas da Europa, América do Norte e Leste Asiático desenvolveram três conceitos individuais para novos, grandes telescópios para observações em milímetro e submilímetro. Eventualmente estes conceitos fundiram-se num só. Ciência em grande requer grandes colaborações globais. Juntos, os países conseguem alcançar o que não conseguem fazer sozinhos. O todo é maior que a soma das partes. O projecto ALMA nasceu! Encontrando o Sítio Certo Este novo telescópio precisava de um lar, e os olhares viraram-se para Chajnantor. Cada um dos aspetos do local, desde astronómicos a meteorológicos, foi intensivamente testado e a atmosfera foi monitorizada diariamente A conclusão: Chajnantor era o lugar perfeito para o ALMA. Abrindo Caminho A construção começou em 2003 com a colocação da primeira pedra para o centro de operações do ALMA. Aqui, a uma altura de 5000 metros acima do nível do mar, as condições são duras e extremamente desafiantes. Ventos fortes. Baixas temperaturas. Intensa radiação ultravioleta. E uma atmosfera desesperadamente fina. Tão fina que, para trabalhar aqui, as pessoas precisam de oxigénio suplementar e têm que se submeter a rigorosos testes de saúde. Forjando as Ferramentas A produção das antenas do ALMA foi partilhada entre os três parceiros. Três protótipos foram postos em marcha nas instalações de testes do ALMA, no Very Large Array, nos EUA. As 66 antenas no elevado planalto constituem uma parte crítica do ALMA. Os seus grandes discos recolhem as ténues ondas milimétricas do espaço. Estas antenas são verdadeiramente o estado-da-arte. As suas superfícies têm uma precisão ao nível da espessura de uma folha de papel. Elas conseguem mover-se com exatidão suficiente para apanhar uma bola de golfe a uma distância de 15 quilómetros. E têm de sobreviver, expostas aos elementos, em Chajnantor! Vinte e cinco antenas foram fornecidas pelo Observatório Europeu do Sul, 25 pelo Observatório Nacional de Rádio Astronomia dos Estados Unidos, e 16 pelo Observatório Astronómico do Japão. Numa saga verdadeiramente global, os componentes de cada antena foram construídos em diversas localizações à volta do mundo, enviadas para o Chile para serem montadas e depois testadas no complexo de apoio às operações. a postos para a sua primeira observação do céu. Ligando as Primeiras Antenas A primeira antena do ALMA foi aceite e pouco depois duas antenas foram ligadas em conjunto com sucesso. Detetores em cada antena registaram as finas nuances dos ténues sinais captados pelos discos. Estes detetores são os mais sensíveis da sua espécie e são arrefecidos usando gás hélio a apenas quatro graus acima do zero absoluto. Alcançando Novas Alturas A primeira antena a ser concluída percorre o seu caminho até ao centro de operações. Dois veículos de construção personalizada — Otto e Lore — deslocam as antenas de 100 toneladas. O Otto sobe cuidadosamente a estrada sinuosa, carregando a antena de alta tecnologia até à sua casa final no planalto. A primeira antena foi em breve acompanhada por muitas mais. Ultrapassando Expetativas As primeiras observações utilizando duas, e depois três antenas em uníssono foram realizadas. Testes importantes para o complexo ALMA. E todos passaram com distinção! Os comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos proporcionam aos astrónomos uma janela única no Universo. Mas para os vermos com a nitidez de que os astrónomos precisam, um telescópio de um único disco teria que ter quilómetros de diâmetro (e ser impossível de construir)! Em vez disso, o ALMA usa 66 antenas individuais que podem ser espalhadas por toda a planície com uma separação de até 16 quilómetros. As antenas são ligadas e os seus sinais combinados. O resultado: um telescópio gigante tão amplo quanto todo o conjunto, observando com sensibilidade e resolução sem precedentes. Fazer sentido destes sinais entrelaçados requer o supercomputador a maior altitude no mundo. Com 134 milhões de processadores, realizando 17 mil biliões de operações por segundo — tantas como o supercomputador mais rápido do mundo — o correlacionador do ALMA, em Chajnantor, combina e compara os sinais de cada uma das antenas. Conforme mais e mais antenas chegam a Chajnantor, as instalações de apoio às operações, o centro de controlo do observatório, vão ganhando forma na ligeiramente mais acolhedora altitude de 2900 metros. O local é movimentado a toda a hora. Operar o Telescópio. Testar e manter as antenas e restante equipamento. E acolher o pessoal do ALMA durante os seus turnos diários e noturnos no observatório. Escritórios Centrais de Santiago Na capital da nação anfitriã, o Chile, foram construídos os escritórios centrais do ALMA de Santiago. Aqui trabalham o pessoal técnico, científico e administrativo dos escritórios conjuntos do ALMA. Comprovando Excelência Mesmo antes da fase de construção estar completa, tiveram início as primeiras observações científicas com uma parte das antenas. O ALMA abriu os seus olhos! Milhares de cientistas de todo o mundo competiram para serem dos primeiros felizardos a utilizar o complexo. Mesmo com 16 antenas apenas o ALMA era já o mais poderoso telescópio do seu género. As primeiras observações científicas satisfizeram as esperanças de todos. As Galáxias Antennae, um par de galáxias em colisão com formas dramaticamente distorcidas. A luz visível pode mostrar-nos a luz das estrelas nas galáxias, mas o ALMA revela as nuvens de gás denso e frio das quais as estrelas nascem. O coração da distinta galáxia Centaurus A. O ALMA perscruta através das faixas de pó opacas que obscurecem o seu centro. Uma vista da estrela próxima Fomalhaut fornece pistas acerca de como os sistemas planetários se formam e evolvem. Grãos de poeira cósmica encontrados ao redor de uma anã castanha sugerem que planetas rochosos podem mesmo ser mais comuns no nosso Universo do que pensávamos. Moléculas de açúcar, detetadas à volta de uma jovem estrela como o Sol pela primeira vez: os blocos de construção da vida no lugar certo, à hora certa, para tomarem parte na formação de novos planetas em torno da estrela. Uma inesperada estrutura em espiral na matéria ao redor da velha estrela R Sculptoris revelou os segredos desta estrela moribunda. Vastos jatos de gás fluindo através de uma abertura no disco de matéria à volta de uma estrela jovem. Uma fase chave no nascimento de planetas gigantes, observada pela primeira vez. E tudo isto antes do conjunto estar completo! Em Direção a Novos Horizontes A inauguração do ALMA celebra a sua maioridade. A jornada foi longa. O ALMA cresceu de uma ideia, a um projeto de construção, a um observatório completamente operacional, e a uma parceria científica verdadeiramente global. Na serena e solitária beleza do deserto do Atacama no Chile, o ALMA está pronto para o futuro. Ao utilizar este maravilhoso telescópio, os astrónomos irão olhar profundamente nos segredos escondidos do cosmos. Em busca das nossas próprias origens cósmicas! ALMA A todos aquelas cuja curiosidade leva a fazer as grandes perguntas Transcrição por ESO; tradução por Paula Santos.

 

 

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