Há já três dias que regressei ao mar, melhor dizendo à beira-mar. Já lá não ia há dois meses e nesse tempo só o imaginava, embora em dias de mau tempo o conseguisse ouvir bem. Já era qualquer coisa, mas não era tudo. Escutá-lo era bom, mas quase imediatamente, a ausência da proximidade anulava o prazer do seu estrondo. Mas finalmente a ele regressei. Mas mais uma vez me senti feliz e bem. Não totalmente, mas quase. Já que mergulhos, carreirinhas, vela, eram prazeres de que já estou afastado há bastante tempo. Água, mergulhos, crawl, nadar debaixo de água, só na minha piscina que me ia dando outramedida do prazer do mar. Agora, o mar para mim, é vê-lo, ouvi-lo e passear à sua beira, para lá e para cá, até ficar satisfeito o bastante, para o deixar num até amanhã, se puder.Mas neste regresso pós quarentena, o dia estava estranho, com um mar relativamente calmo, mas estranho. Não ele, própriamente, mas a neblina e um jogo quase constante entre o nubelado, fechado e ameaçando chuvada forte e um sol que aquecia por momentos e trazia alguma alegria ao que se via. Quando regressei a casa, sentei-me para postar as minhas impressões deste regresso e depois de escrever resolvi acrescentar uma imagem de William Turner, para completar o quadro que eu vivera. Pois não sei ainda o que teria feito de mal, que acabei por eliminar tudo que escrevi. É essa a razão porque volto hoje a escrever sobre o regresso à beira-mar que, seguramente, nada terá a ver com o que então escrevi, porque o estava a escrever a quente. Por isso, fica assim. Apenas a notícia, com muito do que senti, já amputado de emoção.
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