sexta-feira, agosto 07, 2020

Experiência e resultados

À hora combinada entrei no Holmes Place. Sob o ponto de vista de parque privado de estacionamento, das instalações, atendimento, bom gosto, regras Covid, piscina, máquinas, aulas, personal trainers, bar, vista de mar, tudo bem ou melhor do que bem. 

Em relação aos preços e regras comerciais estabelecidas, dentro de valores aceitáveis, mas com algum encosto à parede em caso de desistência e preço manifestamente exagerado na mensalidade dos PTs, sobretudo tendo em conta aquilo que eles acabam por receber e o que a empresa recebe. Um certo cheiro a exploração.

Mas falando de cheiros, tudo bem, agradável, limpo, cuidado.

Se tudo ou quase tudo foi positivo, o que desagradou ou levantou problemas e interrogações, à minha imediata inscrição?

A inadaptação às máquinas. 

Andar no tapete rolante com um enorme cockpit, um painel de instrumentos de botões e joystick e imagens várias que, por certo, são tidas como divertimento ou descontração, parece-me certo e desafiante para quem é novo, não tem vertigens e precisa de ocupar o tempo e modelar o físico para a concorrência.

A máquina de remar é eficaz para os fins pretendidos, desenvolver a musculatura da região pretendida. Mas não é remar. O movimento não rema, apenas leva os elásticos até si. Não duvido da sua eficácia, mas para mim não é remar. Costas sempre na vertical, sem inclinação?

Já antigamente tive sensação semelhante quando em dias de chuva trocava a bicicleta por uma suposta bike estática. Eu pedalava e regulava o esforço que pretendia. Isso era verdade e os movimentos eram os devidos. Mas, na verdade, aonde o prazer de pedalar realmente ao ar livre? Mesmo estando a pedalar sempre no mesmo sítio e ouvindo a música que escolhia no meu MP4, passado muito pouco tempo eu interrompia e terminava a sessão, porque me sentia enjoado, nauseado. De forma pouco científica, atribuía essa sensação a um certo magnetismo que o rodar dos imanes provocaria.

Mas nada disso se poderia justificar assim. O problema estava apenas no natural e no fictício. No real e no faz de conta.

Claro que há vantagens no faz de conta. Mas eu dou-me mal com o fingimento. Prefiro andar sozinho a passear no paredão, parar quando e onde me apetecer, ficar a olhar o mar o tempo que quiser e a ouvir o seu estrondo ou doçura mansa.

Posto isto, pese embora ter gostado muito do Holmes, vou continuar antiquado. Talvez me venha a arrepender.

Logo se verá. 

Sem comentários: