domingo, maio 17, 2020

O regresso ao mar

 Quando pensava que tinha perdido o texto escrito há dias, sobre o regresso ao mar, horas depois de ter postado um novo texto sobre o mesmo tema, recuperei o inicial. Como entre eles  havia um intervalo de dois dias, resolvi publicar  esta segunda versão, para testar até que ponto a minha memória regista o que por ela passa e também para confirmar se o que agora escrevo se afasta muito do que escrevi na primeira versão. Após quatro anos de ausência parece que desaprendi várias regras de postar. Desculpem pois, este meu reabíltar de postar neste blog aquilo que me vai empurrando para a escrita diária ou não. Se tiverem paciência, comparem os dois textos e digam-me se preciso de ir ao médico ou se posso continuar a postar...

Finalmente regressei hoje ao mar, melhor dizendo, à beira-mar. Que não sendo tudo, para mim já o é. Vai já longe o tempo dos mergulho, das carreirinhas, da vela. Nos últimos anos fiquei limitado aos mergulhos e a umas braçadas de crawl na piscina. Não era mau, mas faltava o mar e a areia. Em vez desta, a relva e as flores. Sentia-me ligeiramente recompensado. Agora volto a ter o mar, perdão, a beira-mar e a máscara, para cima e para baixo, consoante houver passantes protegidos ou alguns que continuam a marimbarem-se nas regras de etiqueta pandémica. Depois de vários dias de chuva, o dia de hoje melhorou um pouco, juntamente com a reabertura do paredão. Num dos bares da praia, pessoal dinâmico distribui mesas, devidamente afastadas uma das outras, num novo espaço e anteriormente não ocupado, para daqui a três dias reabrir ao público, no muito desejado 18 de Maio. Mas falemos agora do dia e do estado do mar. Um dia bastante nubelado, com algumas abertas que trazem com ela um calor que não se sentia antes. O mar está pouco agitado e a pouco e pouco as ondas vão tentando vir passear conosco, não para passearem, mas para nos afastar delas e nos mostrar a sua força. Mas, ao contrário do que esperava, no retorno à beira-mar, mesmo com o mar calmo, aquilo que se vê é um mar estranho, desfocado, quase medonho, sem ter nada nesse sentido e que me traz a lembrança das pinturas de William Turner.

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