quarta-feira, fevereiro 06, 2008

das marchen

No dia 25 de Janeiro de 2008, sentei-me na plateia do Teatro Virgínia, em Torres Novas, para assistir em directo, via satélite, à estreia absoluta da ópera em um prólogo e dois actos «Das Marchen», de Emmanuel Nunes. Obra encomendada pelo Teatro Nacional de São Carlos, Casa da Música e Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian. Direcção musical de Peter Rundel e encenação de Karoline Gruber. Orquestra Sinfónica Portuguesa, Coro do Teatro Nacional de São Carlos e Remix Ensemble. Esta ópera é baseada no conto «Conversas de Exilados Alemães» de Johann Wolfgang von Goethe.

A história remete-nos para um universo maravilhoso assente numa teia de alegorias e símbolos esotéricos. Uma serpente que se reveste de diversos significados, encontra a sua sublimação na forma de uma ponte que liga as margens do rio e todos os pontos antagónicos, proporcionando um estado de serenidade, sabedoria e felicidade, segundo o catálogo

Emmanuel Nunes (e cito do catálogo) iniciou os seus estudos em Harmonia, Contraponto e Fuga em 1959 com Francine Benoit na Academia de Música de Lisboa. Daí em diante foi todo um percurso recheado de grandes mestres, como Lopes Graça, Henri Pousseur, Stockhausen, Boulez e mais uma dezena deles.

Ensinou e ensina em várias Universidades e Escolas Superiores de Música e é Doutor Honoris Causae pela Universidade de Paris VIII. Prémio CIM-UNESCO em 1999 e Prémio Pessoa em 2000.

Que dizer de Das Marchen? Gostei, mas achei-a muito longa. O que, partindo do princípio que este tipo de música ainda não se impregnou na nossa pele e nos nossos sentidos, pode ser perigoso para uma total adesão e para a conquista de mais público.

Aplaudo a ideia da transmissão directa para 14 teatros de Portugal. Uma boa forma de difundir a cultura e ajudar à educação musical de um povo.

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