É profunda a tristeza. Funda, funda. A música que ouço é uma mistura de indiana e chinesa, o que também ajuda. O lugar tem muito de café Bagdad. O ar da moça do balcão é triste, cheio de ideação suicida. Dela e do mundo, talvez do mundo por ela. Um só anjo negro decora este lugar. Mas, ausente também. Ebúrnea. Deve ter pouco mais de vinte anos e aguarda, calada, que o parceiro, mais velho, barrigudo e careca, lhe diga – vamos embora. Para já, levantou-se, sem dizer nada e foi não se sabe onde. Saberá ela? Devem esperar que comece a sessão de cinema, das 15 e 40, como eu. Mas, não passaram o tempo a ver os livros, como eu. Sentei-me para beber uma água fresca, de que estava bem necessitado. Mas do que eu necessitava mesmo, era de não sentir esta tristeza funda, esta profunda tristeza que sempre me envolve quando estou sozinho, sem ti.
quarta-feira, novembro 16, 2005
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