domingo, novembro 13, 2005

solidão

Este amargo sabor a infelicidade. Uma opressão no peito, uma mão envolvente que sufoca, um desespero, uma sensação de perda e ausência, um estar por tudo de vida e morte.
Não há nada pior que a solidão, nem nada mais perigoso. Uma sensação de seja o que for, será melhor do que o que é ou do que se tem. Um travo bem consciente dos sentimentos mais primitivos, um ter que perceber, constante, que trocar solidão por solidão, embora vestida de roupagem outra, é ainda pior do que a que se vive e tem.
Daqui ao desespero é um passo curto. Ao desespero ou à depressão. É disto que se enchem as salas de espera dos psiquiatras.
Um bom livro será solução? E será que se consegue ler com disponibilidade interior?
Há que ocupar o tempo. Ocupar o tempo é preciso. Transformar o desespero e o vazio em qualquer coisa de positivo, mesmo que a positividade seja pouco importante.
Há outra solução. Comer, comer, comer. Comer sempre mais. Deixar crescer a bulimia que vai apertar o coração com uma nova mão, de colesterol e gordura.
Que desconforto, este. Cada vez lhe reajo pior. Será que isto só tem a ver com a tua ausência, ou seria igual se tu não existisses? Talvez fosse. Onde tu não estavas, estaria a dissolução.Prefiro-te a ti, meu freio de alma. Meu amor, meu bem.

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