Agora, vedes bem que, cometendo
O duvidoso mar num lenho leve,
Por vias nunca usadas, não temendo
De África e Noto a força, a mais se atreve:
Que, havendo tanto já que as partes vendo
Onde o dia é comprido e onde breve,
Inclinam seu propósito e porfia
A ver os berços onde nasce o dia.
......................................................................
Comendo alegremente, perguntavam,
Pela arábica língua, donde vinham,
Quem eram, de que terra, que buscavam,
Ou que partes do mar corrido tinham.
Os fortes Lusitanos lhe tornavam
As discretas respostas que convinham:
--«Os portugueses somos do Ocidente;
Imos buscando as terras do Oriente.
Pelas vozes dos poetas falam os deuses. E, os deuses quiseram que assim fosse. Ao mar se fizeram os portugueses e pelos cinco cantos da Terra espalharam a língua, a fé e uma forma especial, muito própria de estar no mundo. Os padrões com a cruz de Cristo foram sendo semeados por esse mundo fora, dando assim sinal claro do que pode a vontade de um povo. Ao mar se fizeram os portugueses e assim foram fazendo sua história. Pelos mares andaram e pelos mares foram, naufragando uns, regressando outros.
À bolina navegámos. E, mesmo assim lá chegámos, primeiro a uma terra depois a outra, a mais outra ainda. E as naus, as caravelas se foram progressivamente fazendo ao mais longe e assim fazendo do longe, perto. Agora cinco, logo dez, vinte depois, as caravelas partiam.
A experiência ensina, os olhos vêem, os ouvidos ouvem, a inteligência organiza e assim se foi fazendo o saber de experiência feito.
No Livro das Armadas pode ler-se que «No ano de 1500, partiu Pedro Álvares Cabral para a Índia, em 9 de Março, por capitão de treze velas – naus, navios, caravelas --, das quais, com temporal rijo que lhe deu na travessa do Brasil para o Cabo da Boa Esperança, se perderam quatro; e de todas estes eram capitães:
O duvidoso mar num lenho leve,
Por vias nunca usadas, não temendo
De África e Noto a força, a mais se atreve:
Que, havendo tanto já que as partes vendo
Onde o dia é comprido e onde breve,
Inclinam seu propósito e porfia
A ver os berços onde nasce o dia.
......................................................................
Comendo alegremente, perguntavam,
Pela arábica língua, donde vinham,
Quem eram, de que terra, que buscavam,
Ou que partes do mar corrido tinham.
Os fortes Lusitanos lhe tornavam
As discretas respostas que convinham:
--«Os portugueses somos do Ocidente;
Imos buscando as terras do Oriente.
Pelas vozes dos poetas falam os deuses. E, os deuses quiseram que assim fosse. Ao mar se fizeram os portugueses e pelos cinco cantos da Terra espalharam a língua, a fé e uma forma especial, muito própria de estar no mundo. Os padrões com a cruz de Cristo foram sendo semeados por esse mundo fora, dando assim sinal claro do que pode a vontade de um povo. Ao mar se fizeram os portugueses e assim foram fazendo sua história. Pelos mares andaram e pelos mares foram, naufragando uns, regressando outros.
À bolina navegámos. E, mesmo assim lá chegámos, primeiro a uma terra depois a outra, a mais outra ainda. E as naus, as caravelas se foram progressivamente fazendo ao mais longe e assim fazendo do longe, perto. Agora cinco, logo dez, vinte depois, as caravelas partiam.
A experiência ensina, os olhos vêem, os ouvidos ouvem, a inteligência organiza e assim se foi fazendo o saber de experiência feito.
No Livro das Armadas pode ler-se que «No ano de 1500, partiu Pedro Álvares Cabral para a Índia, em 9 de Março, por capitão de treze velas – naus, navios, caravelas --, das quais, com temporal rijo que lhe deu na travessa do Brasil para o Cabo da Boa Esperança, se perderam quatro; e de todas estes eram capitães:
– Luiz Pires; arribou a Portugal;
– Gaspar de Lemos; de Santa Cruz, terra do Brasil, tornou a Portugal com a nova do descobrimento dela;
– Pêro Dias; com a tormenta foi ter a Mogadixo, junto ao Cabo de Guardafui, e à tornada se encontrou com Pedro Álvares Cabral no Cabo Verde;
– Vasco de Ataíde; perdido com a tormenta;
– Pedro Álvares Cabral;
– Nicolau Coelho;
– Nuno Leitão;
– Simão de Miranda; abalroou na tormenta com Pedro Álvares Cabral, e milagrosamente se
salvaram;
– Aires Gomes da Silva; perdido com a tormenta;
– Simão de Pina; perdido com a tormenta;
– Sancho de Tovar; em tornada para Portugal se perdeu com o vento rijo travessão em um
baixo perto da costa de Melinde, e, depois de toda a gente ser salva, lhe puzeram fogo;
– Bartolomeu Dias; perdido com a tormenta. »
Assim partiram estes capitães, como outros antes deles tinham partido, com suas naus, navios e caravelas, sempre à bolina navegando, e assim, chegando sempre onde o vento os levou. O mesmo vento que quinhentos anos depois lhes marcaria o regresso, como o nosso colega Jorge Vila, na sua Anti-Mensagem, descreveria tão exemplarmente, há escassos dez anos.
Aquelas naus que mandaste
Atafulhadas de heróis
Marcaram rotas vazias
Cinco séculos depois !
O vento, sempre o vento e o imprevisto que comporta.
«Pergunto ao vento que passa,
notícias do meu País;
e o vento cala a desgraça,
o vento nada me diz.»
escreveria o poeta Manuel Alegre, antes da revolução democrática, quando as nossas vozes gritavam, mesmo em silêncio, as palavras belas dos poetas. Por isso nós cantávamos, e cantamos ainda, com nossa voz de bolina, cada vez mais de capa, cada vez menos folgada, outros versos de Manuel Alegre, talvez o nosso Camões do século XX, com seus poemas épicos e grandiosos, mesmo que de misérias feitos.
«Meu pensamento, partiu no vento,
Podem prendê-lo, matá-lo não.
Foi à conquista do novo mundo,
Foi vagabundo, contrabandista,
Foi marinheiro, maltês, ganhão,
Foi prisioneiro, mas servo não.»
Assim partiam os valentes capitães em suas naus de vento, baptizadas com seus nomes de esperança, de fé e de beleza. Esmeralda, Frol del mar, São Gabriel, São Rafael, Julioa, Bate Cabelo, Leitoa-a-Nova, São Jerónimo, Santiago, Conceição, Santa Cruz, Rainha Nova, São Jorge, Santo António, Belém, Botafogo, Santo Espírito, Faia, Virtudes, Santiaguinho, Santo António Grande, São Bartolomeu, Piedade, Corpo Santo, Bom Jesus....
E quem mandava tais destemidos capitães para a aventura do mar, à descoberta do além que ficava para além do que cada um via, sempre e sempre mais além, só vento e água, os corvos e as gaivotas acompanhando.
Quem os mandava? A vontade de um Rei? A loucura de um sonho? A vontade de um povo? A loucura colectiva de um mesmo sonho? O seu destino? Os deuses que lhes sopravam as velas? As ondas mansas da beira Tejo e a serenidade enganosa desse mar de palha? O desafio? A insatisfação? O quê? O quê?
Ou apenas o sentimento que Fernando Pessoa nos quis transmitir na «Mensagem»?
«Ah, seja como fôr, seja para onde fôr, partir !
Largar por aí fora, pelas ondas, pelo perigo, pelo mar.
Ir para Longe, ir para Fora, para a Distância Abstrata,
Indefinidamente, pelas noites misteriosas e fundas,
Levado, como poeira, p’los ventos, p’los vendavais !
Ir, ir, ir, ir de vez !»
Quem poderá responder a isto? Os teóricos das suposições históricas? Os estudiosos honestos de manuscritos, cartas e testemunhos? Quem me garante que a interpretação de cada um não é exclusivamente pessoal, e já preconcebida, para tudo ser como já anteriormente tinham decidido que fôsse? Quem sabe? Apenas coloco a dúvida, não a desconfiança, nem de pessoas, nem de factos. Mas, quem o sabe ao certo? O vento? Aquele que sempre foi soprando, umas vezes mansamente, outras de rajada, enfurecendo o mar, rasgando as velas, carregando em seus braços as caravelas, não para as embalar, mas para as afundar? O que fazia com que os deuses quisessem que o vento assim soprasse? Porque lhe davam uma ajuda, soprando de mansinho, quando o vento estava de proa, a bolina de capa e não podiam navegar? Porquê logo sopravam um pouco mais forte, numa bolina cerrada, um pouco mais de amura e logo folgada, para depois, inesperadamente, soprarem forte, bem de través, de travessão, criando perigo acrescentado, medos, pânicos, esforço desmedido?
Quem dizia aos deuses para que assim fizessem? Umas vezes assim, outras de outro modo, naufragando uns, outros se salvando?
E, quem ensinou os capitães? Qual Escola de Sagres, qual nada, que nunca existiu! Apenas o conhecimento de experiência feito, passado de boca a ouvido, a mão treinada, as estrelas aprendidas, um certa maneira de olhar o sol e mais a lua e mais o astrolábio e o sextante e um poder assumido de representação de um povo que se queria afirmar e que o vai fazer noutras terras, não nas suas, que o faziam envergonhado da sua pequenez. Quem disse pela primeira vez que se chamava bombordo a um lado e estibordo a outro, daquelas casca de noz em que viajavam e comandavam? Quem? Quem? Quem lhes explicou as mareações?
Quem ensinou os carpinteiros a domar a madeira, a moldá-la, a escolhê-la, a construir cascos ousados de proas levantadas, de costados macios ao afagar das águas, os mastros resistentes, suportando velas e forças desmedidas? Quem ensinou as esforçadas mulheres, com suas agulhas e suas paciências a desenharem, a cortarem, a cozerem as velas, as grandes e as de estai, a tornarem-nas resistentes e capazes de enfunarem e assim arrastarem aquelas naus e caravelas, mar adentro? Quem ensinou os outros artífices, os caldeireiros, os ferreiros, os correeiros, os retroseiros, a tratarem do massame e do poleame? Quem os ensinou a fazer estais e brandais e adriças e escotas, garrunchos, esticadores, sapatilhos, manilhas, mordedores e moitões? Quem?
Quem sabia como aparelhar uma nau?
Aquele povo magnífico que Camões cantou
Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram,
A quem Neptuno e Marte obedeceram;
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
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E, enquanto eu estes canto, e a vós não posso,
Sublime Rei, que não me atrevo a tanto,
Tomai as rédeas vós do Reino vosso;
Dareis matéria e nunca ouvido canto,
Comecem a sentir o peso grosso
(Que pelo mundo todo faça espanto)
De exércitos e feitos singulares,
De África as terras e do Oriente os mares.
....................................................................
No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra o bicho da terra tão pequeno?
Foi seguramente este magnífico povo que em perigos e guerras esforçados entrou por esses mares dentro, como nos diz Sofia de Mello Breyner Andresen, neste seu belíssimo poema
Vi as águas os cabos vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais
Vi prodígios espantos maravilhas
Vi homens nus bailando nos areais
E ouvi o fundo som de suas falas
Que já nenhum de nós entendeu mais
Vi ferros e vi setas e vi lanças
Oiro também à flor das ondas finas
E o diverso fulgor de outros metais
Vi pérolas e conchas e corais
Desertos fontes trémulas campinas
Vi o rosto de Eurydice das neblinas
Vi o frescor das coisas naturais
Só do Preste João não vi sinais
As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri
Como me apetece repetir este final, por me parecer tão real e tão falso, tão lúcido e tão enganoso
As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri
Terá sido por isso que também à bolina regressámos? Terá sido por isso que nos perguntámos, e perguntamos, o que fomos lá fazer? O que construímos e deixámos? O que trouxemos e mantemos? Será por isso que Almeida Faria em «Imagens para Luiz de Camões» escreve
De longe viste tua terra ingrata
que de avião agora olho alto
e pela língua amo ou pouco mais
porquê saudade desta terra que
não nota minha falta nem precisa
de mim para nada nem sequer a língua
escrever na qual é danação porque
ninguém vai ler ou poucos e esses poucos
te leram sabem que não faço falta
.
Ou como mais desanimadamente ainda, escreve Mário Cláudio, na mesma obra
De rastos te enxugo a febre, ó pobre como eu, de tais letras, tais enigmas
As aranhas te singram o peito. Que sextante as enreda em que mar de sargaços?
Nereides, dessas de infaustos bares, te tratam entre um rock e uma cerveja.
É o Tejo de luz e de lodo. Que olhar o avista? Qual a vista?
«Morrer de puro triste» -- julgavas -- «que maior contentamento?»
Era quando pela ribeira os maçaricos te dormiam nos braços, rosas doutros múltiplos ventos.
Que a terra te seja leve, que nem a sintas. Que terra para a chama?
Esferas armilares?
Só que nunca pude soletrar-te o nome.
Que tristeza, que dor, a de um povo tanto fazer para nada ter. Tudo porque à bolina navegámos e fomos até onde o vento nos levou, apenas porque ele nos levou? Ou fomos pela vontade de um povo, pelo sonho de um rei? Se foi a vontade de um povo porque não a cumprimos? Se foi um sonho de Rei, porquê a cumprimos? A vontade, e também o sonho de um povo?
Se assim foi, talvez Manuel Alegre tenha razão quando escreveu, desta forma tão bela, que essa vontade e esse sonho se mantêm
Dai-nos de novo o astrolábio
e o Quadrante
Velas ao vento venha a partida
Há sempre um Bojador perto
e distante
Nosso destino é navegar
para diante
Dobrar o cabo dobrar a vida
Dai-nos de novo a rosa
e o compasso
A carta a bússola o roteiro
a esfera
Algures dentro de nós
há outro espaço
Chegaremos ainda a outro lado
Lá onde só se espera
O inesperado.
E, que o inesperado seja a certeza de que tudo valeu a pena, porque a alma não era, de facto, pequena e esta língua, esta Pátria nossa, como também Fernando Pessoa disse, estabeleceu a ponte que tudo une, ponto a ponto, terra a terra onde os portugueses passaram, com suas naus e seus cabelos de vento, onde levantaram padrões, não ao poder, nem à posse, mas ao amor e à fraternidade, à memória colectiva dum povo de raças várias unidas pelo cimento comum da língua que falamos.
O que é que fazemos nós aqui, neste momento, neste local? Não são nossas mãos dadas, nosso pensamento comum, nossa relação fraterna, a prova provada de que tudo valeu a pena? E nós, que somos vós e nós, podemos sentir-nos particularmente orgulhosos do nosso sentir comum, e da nossa lúcida antecipação à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Em boa hora fundamos a UMEAL, bandeira honesta daquilo que nos une, casa mãe de nossos sonhos e sentires. Não somos mais colegas, confrades, camaradas, amigos. Somos isso e mais do que isso. Somos irmãos de sangue de nossa mãe comum, a língua portuguesa.
Mas, continuamos a navegar à bolina, mais nós do que vós. Talvez ainda não tivéssemos conseguido despir-nos da pele antiga que um povo supostamente conquistador e colonizador pensou ser a sua e que nunca, em verdade, vestiu, nem em si nem nos outros, e que mais não era, só e apenas, do que a ideia dela. Será que essa pele se escreve com as palavras fado e saudade? O que nos terá levado a não acreditar em nós? Para que serviram as palavras de Vieira e a sua ideia do V Império?
Um bom amigo meu, e suponho que vosso, pois por aqui viveu anos e anos, ensinando e aprendendo, como ele dizia, e que infelizmente nos deixou, vão três anos feitos, Agostinho da Silva, o filósofo, aquele que entendia que o bom professor não é aquele que ensina muito aos alunos, mas aquele a quem os alunos ensinam muito, tomou nas mãos essas palavras de Vieira e delas fez estandarte. E teria sido só ele ou todos aqueles que ele iluminou com as suas dúvidas permanentes? Bem ele me ensinava que estavam profundamente errados todos aqueles que pensavam que a ideia do V Império nada mais era do que a ideia que Vieira tinha de que Portugal devia mandar no mundo. Nada mais falso. O que António Vieira queria significar com a sua ideia do V Império era dizer às pessoas que outro mundo se aproximava ou tinha de ser construído e que seria o Império da criatividade. E que depois dele não haveria necessidade de mais nenhum, porque este não seria destruído como o tinham sido os anteriores, a crer no que está escrito na Bíblia, no Livro de Daniel.
Não acredito no V Império, mas acredito na criatividade e na sua força imparável. Não concordo com tudo que Agostinho da Silva escrevia ou defendia em relação a esse novo mundo, mas concordo, em absoluto, quando ele dizia «Que há sempre alguma coisa a fazer por cada um de nós. Que temos que perceber que é preciso participarmos, dos outros, com os outros e para os outros. Que é imperativo concorrermos, todos juntos, para criar uma Humanidade plenamente livre de ser criadora. Que ninguém devia deixar de ser criança, mantendo assim, a vida inteira, o mesmo gosto poético, a mesma inocência, a mesma alegria, as mesmas profundidade e atracção com que uma criança brinca e, assim brincando, aprende. Tudo que a vida traz é uma experiência que devemos fazer até ao fim, ver o que é que dá».
Sinto que é um pouco isso o que nós todos, juntos e aqui, estamos a fazer. A manter uma chama viva da nossa ideia criadora inicial e iniciática. Daquela experiência que tem atravessado nossos caminhos e que devemos manter até aos nossos fins, mantendo sempre a alegria e a pureza que desde o primeiro dia reclamamos.
É verdade que à bolina navegámos, então e agora. É verdade que Adamastores vários atravessam e atravessarão nossos caminhos. É verdade que por vezes, muitas vezes, o vento sopra forte e rasga as velas de nossas vidas inseguras e frágeis. Mas, nada rasgará nossos sonhos e nossos pensamentos.
Agora aqui, amanhã acolá, procuraremos com total comunhão de vontades manter vivos nossos ideais, nossos sonhos, nossas vidas limpas e estruturadas. Hoje estamos aqui, para o ano em Lisboa, durante a maior demonstração do que pode a vontade de um povo, quando mete ombros a uma obra, mesmo que à bolina. Antes foram os Descobrimentos. Agora será a memória deles, através dos oceanos. A Expo 98 será a mais participada exposição internacional de sempre. Mais de 130 Países já confirmaram a sua presença com seus Pavilhões. Mas não será isso, por certo, o que vos levará até Lisboa. Poderá ser também isso, mas primeiramente estará tudo aquilo que nos une para sempre, irmãos. E, não esqueçamos que
«Não há machado que corte
A raiz ao pensamento
Porque é livre como o vento
Porque é livre.»
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