Que fazer do resto da minha vida? É a pergunta que todos os dias tenho de enunciar até ter a resposta definitiva. Será que alguma vez a vou ter? Não cheguei até hoje sem saber o que fiz da vida que já vivi? Saberei algum dia o que fazer com aquela que me resta?
Em mim, o golpe de asa, sempre se chamou trabalho e determinação. A falta do golpe de asa sempre se chamou preguiça. Ou será que talvez me dê muito trabalho, ou eu tenha muita preguiça para admitir sequer que tão pouco tenho asas, quanto mais golpes delas.
Fui um ser condenado por erros de educação. Continuei sempre a sê-lo. Será que poderei deixar de o ser, agora que cada vez é mais curto o resto da minha vida?
Vou viver o resto da minha vida, como quê? Como médico, como cirurgião, como militar, como burocrata, como escritor, como parasita, como vagabundo, como farrapo, como pedinte, como mártir, como pobre diabo, como pai, como marido, como homem, como quê? Ou, como reformado de tudo isto, que verdadeiramente nunca cheguei a ser?
Que têm os outros a ver com as minhas misérias? Porquê insisto em escrevê-las, pensando que alguém as lê? Porquê me hão-de ler, se nunca me ouviram, se nunca me quiseram ouvir? Ou terei sido eu que nunca me fiz ouvir?
Em mim, o golpe de asa, sempre se chamou trabalho e determinação. A falta do golpe de asa sempre se chamou preguiça. Ou será que talvez me dê muito trabalho, ou eu tenha muita preguiça para admitir sequer que tão pouco tenho asas, quanto mais golpes delas.
Fui um ser condenado por erros de educação. Continuei sempre a sê-lo. Será que poderei deixar de o ser, agora que cada vez é mais curto o resto da minha vida?
Vou viver o resto da minha vida, como quê? Como médico, como cirurgião, como militar, como burocrata, como escritor, como parasita, como vagabundo, como farrapo, como pedinte, como mártir, como pobre diabo, como pai, como marido, como homem, como quê? Ou, como reformado de tudo isto, que verdadeiramente nunca cheguei a ser?
Que têm os outros a ver com as minhas misérias? Porquê insisto em escrevê-las, pensando que alguém as lê? Porquê me hão-de ler, se nunca me ouviram, se nunca me quiseram ouvir? Ou terei sido eu que nunca me fiz ouvir?
Continuo a ter a forma de um ponto de interrogação.
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